Em 24 de março, o Centro Cultural Hiroshima do Brasil abriu suas portas para o primeiro workshop com ensaio aberto promovido pelo Grupo Kagura do Brasil. O evento não apenas serviu para introduzir os novos membros a experiência de palco e desafios dos bastidores das apresentações de peças Kagura, mas também proporcionou ao público uma imersão nessa tradição cultural oriunda de Hiroshima. Este encontro também marca o início das atividades de 2024 do grupo, servindo também de preparação para a primeira apresentação do grupo no Parque Ibirapuera nos dias 27 e 28 de abril.
A aproximação entre público e bastidores em eventos proporciona uma visão única da engrenagem que move as peças do Kagura. Com a iniciativa de abrir os treinos ao público, os organizadores oferecem uma janela transparente para o processo criativo e operacional que normalmente se mantém oculto. Este acesso não apenas enriquece a experiência dos espectadores, mas também destaca a essência do trabalho em equipe e dedicação envolvidos.
De acordo com Vitor Nishikiori, recém chegado no no grupo, o ensaio aberto foi uma oportunidade para se ambientar na rotina de palco do grupo e prestar suporte aos colegas que estarão se apresentando em breve.
“Pude aprender sobre o funcionamento nos bastidores: desde a preparação da infraestrutura, roupas, instrumentos, até a execução final numa demonstração de como são realizados nos eventos. Ver de perto a execução sem perder o clima de prática e aprendizado. Foi uma experiência gratificante”.
Já para Barbara, que se juntou ao grupo há apenas dois meses e se prepara para sua primeira apresentação com parte do Grupo Kagura do Brasil como Hime (papel da princesa) na peça "Yamata no Orochi", destaca a importância de realizar o treino aberto como preparação para sua primeira peça como membro oficial. “Fiquei muito feliz de apresentar pela primeira vez no ensaio aberto de março, organizar, conversar com os visitantes, participar de todos os preparos. Entrei a pouco tempo no Grupo Kagura e já fui super acolhida, estou animada para mais apresentações e espero que mais pessoas se interessem pelo grupo. Tem sido muito enriquecedor!”, completa Barbara.
Em 2023, três membros seniores viajaram ao Japão para um intercâmbio cultural em Hiroshima que marcou um ponto significativo para o grupo, onde puderam mergulhar nas raízes históricas do Kagura junto a mestres de grupos tradicionais. Para Emille Sasaki essa experiência ajudou a enriquecer o repertório do Grupo Kagura do Brasil com novas coreografias e técnicas, trazendo ao Brasil uma nova perspectiva para esta arte de 8 séculos.
"O intercâmbio foi uma oportunidade para nos aperfeiçoarmos e trazer novas coreografias para o grupo. Poder trazer esses ensinamentos para os novos membros é uma forma de manter essa arte viva e também ajuda a levarmos um pouco mais da cultura e história de Hiroshima e Japão para mais pessoas," afirma Emille.
As peças Jinrin e Yamata no Orochi, que serão apresentadas no evento do Parque Ibirapuera, são o resultado direto dessa imersão cultural. Elas prometem uma fusão única de tradição e elementos contemporâneos adaptados para público brasileiro.
Yamata no Orochi conta a história do Deus da Guerra, Susanoo no Mikoto, que ao encontrar camponeses afetados pelos ataques de uma serpente de oito cabeças e caudas, decide enfrentá-la para restaurar a paz. A serpente, que anualmente destruía terras e devorava jovens da aldeia, se torna o foco da batalha de Susanoo. Em contraste, Jinrin apresenta o conflito contra o líder dos demônios, que ameaçava o Japão. A trama segue o décimo quarto imperador, Tarashi Nakatsuhiko, e seu súdito, Takamaro, em seu objetivo de superar Jinrin e devolver a paz ao país.
"Esperamos que o evento no Ibirapuera sirva como uma porta para os brasileiros experimentarem a cultura tradicional de Hiroshima" compartilha Emille, refletindo sobre o potencial do Kagura em transcender barreiras culturais e geracionais.
Convite para a Apresentação no Parque do Ibirapuera:
Convidamos a todos para as apresentações de "Jinrin" e "Yamata no Orochi" no Parque Ibirapuera, nos dias 27 e 28 de abril às 14h30. Essas performances são uma chance de experienciar a cultura japonesa em solo brasileiro e de apoiar a divulgação desta arte em São Paulo.
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